Neste final de semana, a cidade de São Paulo será palco do Coala Festival, um evento que já se tornou um dos maiores e mais importantes espaços para a música brasileira contemporânea. Desde sua primeira edição em 2014, o festival tem promovido um encontro entre gerações de artistas, com lendas da Música Popular Brasileira (MPB) se apresentando ao lado de novos talentos que prometem moldar o futuro musical do país.
Inicialmente, o Coala Festival surgiu com o intuito de dar visibilidade a uma cena musical vibrante que se desenvolvia em pequenos palcos, ainda pouco conhecida do grande público. Essa ideia inicial se mantém viva e tem sido o segredo do seu sucesso. A cada edição, o festival apresenta uma proposta que combina tradição e inovação, equilibrando nomes famosos da música brasileira com novos artistas, criando a expectativa de grandes novidades.
Além do festival, o Coala evoluiu para um verdadeiro ecossistema cultural, que inclui o selo Coala Records e diversas parcerias internacionais. O projeto se expande, realizando edições fora do país e apoiando artistas em suas carreiras, sempre com a ideia de que a música brasileira deve continuar se reinventando e criando novos clássicos.
A próxima edição do Coala Festival ocorrerá nos dias 5, 6 e 7 de setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. O fundador e curador do festival, Gabriel Andrade, compartilhou um pouco sobre sua trajetória, os desafios enfrentados e suas aspirações para o futuro da música brasileira.
Gabriel Andrade cresceu em São José do Rio Pardo, uma cidade do interior de São Paulo. Desde jovem, ele se interessou por música, sendo influenciado pelo que via na MTV e nas rádios. Nos anos 2000, se mudou para os Estados Unidos, onde frequentou diversos shows em Seattle, o berço do grunge. Ao voltar para o Brasil, se estabeleceu em São Paulo e começou a descobrir novos artistas em locais como o Estúdio SP, um espaço que movimentava a cena cultural, até fechar suas portas. Essa experiência o motivou a criar o Coala Festival, como uma forma de manter viva a descoberta de novas músicas e artistas no país.
Gabriel destaca a dificuldade de curar um festival com tantas opções e a necessidade de equilibrar artistas consagrados com novos talentos. Ele tem se empenhado em oferecer espaço a artistas promissores que possam se destacar no futuro, refletindo a transição entre gerações na música brasileira.
Ele observa que, enquanto alguns gêneros continuam dominando a cena, como a Tropicália e o samba, é importante oxigenar a música brasileira e criar novas referências. Gabriel cita que movimentos nas redes sociais têm revitalizado a apreciação por clássicos da música brasileira, mas também ressalta a urgência de criar novos ícones que possam sustentar o legado cultural do país.
Atualmente, o Coala realiza edições em Portugal e possui parcerias em diversos lugares pelo mundo, incluindo Japão e Europa. Gabriel é empresário de vários artistas e faz questão de acompanhar o desenvolvimento de suas carreiras desde a concepção dos discos até a elaboração de shows.
Ele expressa também o desejo de continuar expandindo as atividades do Coala, especialmente para outros continentes, como a África, enfatizando a importância de manter a música brasileira em destaque no cenário mundial. Gabriel deseja que o Coala seja lembrado como um projeto que esteve na vanguarda da nova música brasileira, contribuindo para a sua evolução de forma significativa e duradoura.
O lineup deste ano busca olhar para o futuro, equilibrando artistas consagrados com novas vozes, refletindo a necessidade dos festivais de se adaptarem e continuar a apresentar a diversidade da música contemporânea, sem se limitar a grandes nomes do passado.
